Há várias dezenas de espécies de cruz. A cruz é um símbolo
arcaico e que antecede o cristianismo. Está presente em praticamente toda as
culturas do mundo. Talvez a Tau antiga, a cruz em forma de T, usada pelos
egípcios e fenícios, seja a mais antiga de todas. Há, ainda, a Cruz Ansata, a
Céltica, a Grega, a Budista etc. A Suástica, popularizada de forma muito
negativa na Segunda Guerra, é muito antiga, talvez mais antiga ainda que a Cruz
Tau, e é usada de várias formas nas culturas hinduísta e budista, bem como
encontrada entre os índios norte-americanos. O significado original desse tipo
de cruz é o movimento cósmico ou energia criativa universal. Nada tem a ver com
a ideologia perversa do nazismo, que se apropriou dela e a deformou.
A cruz é formada do ponto, que se expande em duas direções,
formando linhas que se cruzam, que representam dois estados ou condições: a
matéria e o espírito. A linha horizontal representa a primeira, a vertical o
último. Este é o conceito da dualidade expresso pela cruz.
Além da dualidade, a cruz simboliza o surgimento de uma
terceira condição pela união dos contrários. Onde as duas linhas se cruzam na
cruz, surge uma nova manifestação. Assim, a cruz também ensina que muitas
coisas unitárias são o resultado da união de duas energias dessemelhantes. A
união do espírito e da matéria faz surgir, no ponto onde os dois cruzam-se na
cruz, a consciência de uma nova condição.
O símbolo místico dos Rosacruzes é uma cruz com uma única
rosa vermelha no centro. A cruz simboliza o corpo material e as provas
terrenas. A rosa simboliza a consciência humana evoluindo por meio dessas
mesmas provas, rumo à perfeição final.
É interessante saber que a palavra “rosa” nos dicionários
primitivos era explicada como tendo sua raiz na palavra “rocio”, um eflúvio
especial usado pelos alquimistas medievais para fins de purificação. Unidos, a
rosa e o rocio simbolizam o despertar de uma consciência que transcende o nível
objetivo e se remete a uma dimensão cósmica e infinita, fazendo de seu
possuidor um “iluminado”. A partir daí, a rosa não precisa mais da cruz para
evoluir.
por Samuel Rittenhouse
Ordem Rosacruz